(Foto: Reprodução) Zé Ibarra lança o primeiro single do segundo álbum solo
Elisa Maciel / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Transe
Artista: Zé Ibarra
Cotação: ★ ★ ★ ★
♬ Uma certa estranheza pauta Transe, single que anuncia o segundo álbum solo de Zé Ibarra. Posto em rotação na noite de ontem, 10 de abril, mas depois retirado do mercado fonográfico digital por questões estratégicas, o single Transe apresenta uma canção de início convencional, conduzida pela levada do violão. Mas a pista é falsa.
À medida que avança a gravação de quase três minutos e meio, masterizada por Angelo Wolf com Lucas Nunes, outros instrumentos vão entrando no arranjo de tom meio experimental.
Há no registro da músicaTranse certa evocação da sonoridade indie-rock da MPB dos anos 1970 que se afina com a fonte em que bebe Ibarra, cantor, compositor e instrumentista carioca que se impôs como uma das grandes revelações da música brasileira dos anos 2010.
Com música inédita composta somente por Zé Ibarra, sem parceiros, o single Transe insinua que o segundo álbum solo de Ibarra terá sonoridade mais complexa do que o antecessor Marquês, 256. (2023), registro calcado na voz, no violão e na alma do artista.
Previsto para ser lançado pelo selo Coala Records até o fim deste primeiro semestre de 2025, o álbum foi gravado com banda e tem produção musical orquestrada pelo próprio Zé Ibarra.
Canção que segue a sina da não-solução, para citar verso da letra confessional, Transe sinaliza a evolução de Zé Ibarra em salutar clima de estranheza.
Capa do single ‘Transe’, de Zé Ibarra
Reprodução / Youtube Music
♪ Eis a letra da nova música de Zé Ibarra:
Transe (Zé Ibarra)
“Agora já faz mais de um mês
Que a gente se viu pela última vez
E ainda confuso eu tento entender
Se aquilo foi bom ou foi ruim pra você
Daqui já não posso sentir
Que sei o caminho ou sei onde ir
No fundo, no fundo, eu já me arrependi
Mas isso eu só digo pra mim, jamais pra ti
E lá já se vão quase três
Três meses de silêncio longe de vez
E aquela saudade que um dia sumiu
De repente retorna em devaneio febril
É como feitiço no ar
Com cheiro, cor, sabor, temperatura
Que o fino da fresta deixou escapar
E que há tudo em festa e desarmoniza
Às vezes ser bom
Ser feita a mais perfeita combinação
Mas as coisas que vivem da própria ilusão
Cultivam sempre a sina da não-solução
Não... solução... solução...”